quinta-feira, 6 de maio de 2010

As delícias portuguesas das quais tb morro de saudades...

Um amigo jornalista muito querido passou a semana passada em Lisboa, a trabalhar. Como ninguém é de ferro, a-ca-bou-se de comer nas padarias portuguesas e deixou esse relato delicioso (que copio sem pedir-lhe licença, dado o grau de amizade) aqui. A saudade das doçaria portuguesa, que conheci em Luanda com seus palmieres e pastéis de natal é a mesma. Fica o relato do Caco para os leitores da Casa de Luanda.

Tentações

Vou sair de Portugal casado. Com uma padaria. Não tem gente que se casa com bonecas ou com travesseiros? Então, eu vou entrar em compromisso sério com uma padaria portuguesa. Ou, em último dos casos, só juntar os trapos mesmo e morar dentro de uma. Porque é a maior perdição que vi na vida ên-tê-ra.

É toda a sorte de salagados doces que você puder imaginar: rissol de camarão, croquetes, pastéis de nata, queijadinhas de Évora, baba de camelo e outros nomes não somente inventivos, como também visualmente atraentes. E, paladarmente falando, coisa dos céus. Literalmente. A maioria dos doces todos são feitos com ovo. Ou, mais especificamente, com a gema do ovo e são chamados de (oi?) "doces conventuais".

Conta-me uma senhôura portuguesa (com mais bigode do que eu, meu pai e meus dois irmãos juntos) que isso tem um motivo histórico. Antigamente as freiras usavam as claras para engomar seus hábitos e precisavam fazer uso das gemas. Todo mundo sabe que jogar comida fora é pecado, néam? Então tiveram que inventar doces com elas. A gula agradece. Vou comer tudo o que for possível e voltar ao Brasil em formato de bola de canhão. Só não tive coragem de provar os croquetes d'ovos porque, né, caganeira em Lisboa, quem curte?

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