segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Lembranças amargas

Hoje o palácio do governador é assim. Mas num passado bem recente, esse prédio era o maior escombro histórico de Huambo. As ruínas do palácio do governador, no coração da cidade, eram as piores lembranças dos piores anos que Huambo viveu, nem faz tanto tempo assim, ali entre 1992 e 1994.
As estruturas atingidas por obuses não impedem as pessoas de continuarem habitando este edifício

Naqueles anos, quando a guerra civil recomeçou, a cidade ficou em poder da Unita. Todos que eram do MPLA tiveram de fugir. A maioria foi para Benguela, alguns se esconderam no mato, como é o caso do Pedro, o motorista que nos conta esta história triste.


Edifício destruído, na principal avenida da cidade
Pedro era militante do MPLA. Quando Huambo caiu nas mãos da Unita, ele fugiu para aldeia onde o sogro, militante do Galo Negro, era soba. E lá ficou escondido durante dois anos.


Marcas de artilharia na parede lateral

- A reação veio mesmo de Benguela, com o MPLA armado com artilharia moderna. Huambo foi cercada e severamente bombardeada até a expulsão da Unita. Do palácio do governador só sobraram as estruturas. Foi o prédio mais castigado da cidade.


Casa destruída por bombardeios ostenta bandeira da Unita
As lembranças amargas foram apagadas dos prédios públicos pelas reformas nos últimos seis anos, mas ainda permanecem em vários edifícios privados pela cidade, como se pode ver nas fotos deste post.

A parede crivada de balas mostra que os combates foram muito intensos

Um comentário:

Menina de Angola disse...

F, será que vc ainda lê esses comentários????

estive em Huambo esse final de semana, impressionante como 2 anos depois as desmoronando continuam lá, sem reparos.

mas uma coisa mudou e muito, os policiais não só deixam que nos tiremos fotos de todos os lugares como nos acenam e desejam "bom turismo".

Huambo está investindo no Turismo e não dúvido que em breve se torne um grande pólo turístico.