terça-feira, 25 de novembro de 2008

Uma angolana de fibra

Nina, a moça que trabalha aqui em casa, ficou admirada quando certa feita lhe demos 10 mil kwanzas (cerca de USD 150) para que pagasse ao caminhão que viria colocar água no tanque.

Estranhou porque na embaixada onde trabalha, duas casas depois da nossa, o embaixador nunca conseguiu comprar um caminhão de 10 mil litros por menos de USD 300. Esperta como só, ela anotou o telefone do motorista. Quando a embaixada precisou de água, Nina deu o número ao embaixador. O diplomata ficou admirado com a esperteza da empregada doméstica.

Nina é assim. Inteligente, honesta, batalhadora e cheia de iniciativas. Se tivesse tido oportunidades, teria ido longe. Mas a vida, a guerra, a separação ainda muito jovem da família lhe sabotaram o futuro. Nina nunca frequentou uma escola regular e hoje trabalha em dois empregos como doméstica para sustentar os dois filhos e a mãe, diabética, de 72 anos.

Nos próximos dias, sempre às 20h, vocês conhecerão em capítulos a história de vida da Nina, uma angolana de fibra.

Um comentário:

Hugo Rebelo disse...

fibra é o que precisamos todos. finalmente uma novela onde se aprende qualquer coisa. cá estarei.

saudações


http:\\coresemtonsdecinza.blogspot.com