quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Muitos cinemas, nenhum filme

Júnior é brasileiro, mora em Angola há 11 anos. Aqui casou-se com uma luso-angolana e no ano passado mudou-se para Lubango.

Fotógrafo e documentarista, o sogro de Júnior mantém um complexo cultural na capital da Huíla, onde funcionam um bar, uma pista de autorama e um sala de cinema para 82 pessoas.

A sala de cinema, infelizmente, está fechada. Falta público. “Chegamos e enviar 200 convites chamando as pessoas para assistirem filmes de graça”, lembra Júnior. “Voltaram 27. Por isso fechamos a sala. O povo aqui não tem o hábito do cinema.”

A cidade já teve lugar na cena cultural. Funcionavam aqui o Cine Odeon e o Cine-Teatro Arco-Íris, essa jóia da arquitetura dos anos 50, que está na foto abaixo.
O Odeon virou templo da Universal do Reino de Deus. O Arco-Íris está fechado, corroendo-se nas lembranças do tempo em que o arco da fachada era iluminado por lâmpadas de néon nas sete cores do fenômeno de refração da luz.

E o cinema do sogro de Júnior? Terá futuro? “Estamos estudando a construção de um hotel no lugar”, admite o brasileiro. “Mas ainda não tem nada certo.”

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